Ainda quando moravam em cavernas, homens, mulheres e crianças já espalhavam seus estrondos enquanto dormiam. É possível imaginar como o som reverberava nesses espaços com acústica incrível.
Muitas mudanças ocorreram na humanidade desde então. Evoluímos em muitas áreas, é indiscutível, mas as transformações na nossa rotina acabaram contribuindo para o aumento da prevalência do ronco entre nós.
Estima-se que 45% dos homens e 30% das mulheres tenham o hábito de roncar. Essa prevalência é altíssima.
Hoje é possível trabalhar sem sair da cama, comer sem sair de casa, namorar por uma tela. O resultado disso é o acúmulo de tecido adiposo no nosso corpo. E esse tecido gorduroso aumenta consideravelmente a obstrução e consequente emissão sonora durante a respiração. O sedentarismo do homem contemporâneo repercute em todas as dimensões dos indivíduos.
Além do sobrepeso, o consumo de algumas drogas e de álcool, o tabagismo e as condições anatômicas da face também colaboram para a ocorrência desse distúrbio.
Esse assunto, frequentemente, está associado a cenas de humor e, via de regra, as únicas pessoas que o levam a sério são os especialistas em distúrbio do sono e os companheiros de leito dos roncadores. Toda atenção deve ser dada às queixas desse último grupo. É muito comum que sejam os grandes prejudicados nessa história toda. Alguns deles desenvolvem insônia crônica e agregam todos os prejuízos que têm os insones. Fato comum são os conflitos causados, entre os casais, por conta desse imbróglio. Por vezes, o divórcio acaba sendo o desfecho.
O barulho do ronco, tem que ser ouvido como um grito, um alerta.
Porque, muitas vezes, denuncia uma condição muito mais grave. Denuncia a apneia do sono, SAOS (Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono), que ocorre em função do bloqueio parcial ou completo das vias aéreas superiores durante o sono, o que gera diminuição da oferta de oxigênio no organismo, compromete o funcionamento de muitos órgãos, o bem-estar e a expectativa de vida do portador. O indivíduo, de fato, para de respirar por alguns segundos. Algumas pessoas acordam buscando ar.
Esse campo de estudo tem avançado substancialmente. É importantíssimo que o paciente pesquise causas e consequências e busque soluções para essa disfunção. Terapias novas e eficazes oferecem cada vez mais melhores respostas.
Uma delas se destaca: o laser de alta potência.
Aplicado na cavidade oral, especificamente na região do palato, por um dentista especializado, tem trazido belíssimos resultados. Aumenta o tônus na região e com isso diminui a obstrução da passagem do ar. Tratamento rápido, seguro, sem necessidade de anestesia, minimamente invasivo, com baixíssimo custo, sem incômodo no pós operatório e com altíssimas taxas de sucesso está revolucionando este ramo da ciência.
Estudo desenvolvido na Suécia relatou que 90% dos pacientes tratados com o laser da categoria Er:YAG consideraram que a terapia tinha sido um sucesso logo depois da 3ª sessão e 80% deles perceberam maior facilidade na respiração, melhoria no foco e concentração e relataram impacto positivo nos seus relacionamentos.
Diante dos transtornos causados pelos distúrbios do sono, da praticidade e acessibilidade dessa nova modalidade de tratamento é esperado que o ser humano procure melhorar a sua vida enquanto dorme, melhorar a noite do seu parceiro e desfrutar do dia com mais disposição, alegria e paz.